A ÚLTIMA MORADA

17/12/2011 10:58

Dorme donzela no seu leito

Descasa a sós no silêncio da escuridão

Dorme entre as terras que lhe cobre

Agora estais presa na gruta da solidão.

 

Sobre ti, simplesmente uma cruz

Indicando os dados de sua vida

No horizontal escrito o teu nome

E as lembranças jamais esquecidas.

 

Os colibris pausam sobre ti,

Beijando as rosas que enfeitam o teu jardim,

E as folhas secas que voam pelos ares

Marcam a dor que dói dentro de mim.

 

Os ventos sopram calmos a cada grão de areia

A cada hora que se aproxima

Derrete um pedaço do teu corpo

Diante da temperatura que esquenta

Vai sumindo a sua imagem

A cada ano que se passa

Aumenta a certeza de que nunca

Voltarás dessa viagem.